Tem se falado muito nos últimos tempos sobre comportamento alimentar e da importância das fases da alimentação infantil também no processo de aprendizagem, pelo fato de que se alimentar é uma experiência e envolve todos os sentidos das crianças.
Além disso a relação dos pequenos com a alimentação é muito afetada por fatores emocionais e externos, como a relação com a pessoa que está presente no momento da refeição e o exemplo dos familiares à mesa. Os pequenos podem também demonstrar na relação com os alimentos a reação a momentos delicados como divórcio dos pais, a chegada de um irmãozinho ou a uma mudança de casa.
As fases da alimentação
Os três primeiros anos de vida da criança são cruciais para a alimentação, porque é nessa etapa da vida que são desenvolvidas algumas habilidades motoras, cognitivas e sociais essenciais para o processo.
A fase número um desse desenvolvimento acontece entre o nascimento e o terceiro mês do pequeno, que é quando a criança organiza suas necessidades de fome e saciedade e desenvolve um padrão alimentar regular mamando a cada 2h30, 3 ou 4 horas, por exemplo.
Dos 3 aos 7 meses vem a segunda fase, na qual vai sendo criado um vínculo e o apego entre o pequeno e a pessoa que o alimenta. Nesse estágio eles começam a se comunicar e o bebê vai criando uma relação de confiança e tranquilidade.
Entre os 6 meses e os 3 anos de idade a criança traça um caminho de “separação” emocional da mãe e descobre ser um indivíduo particular que possui suas próprias vontades, autonomia e vai se tornando independente. É nessa etapa do desenvolvimento que o pequeno vai descobrindo um mundo de experiências e sensações, vai usando suas habilidades motoras e sensoriais para fazer essa descoberta e começa a estabelecer uma alimentação independente. Inclusive a fase dos 2 aos 3 anos é bastante conhecida por ser a fase do “não” ou da pré adolescência infantil e isso acontece justamente porque ele se descobre como indivíduo independente dos pais e resolve exteriorizar suas vontades.
Considerações
É muito importante saber observar e estimular ao máximo os pequenos em cada uma das fases da introdução alimentar. Participar das refeições em família e dar o exemplo vai fazer com que a criança imite as escolhas de seus familiares.
Quando existe um quadro de dificuldade ou recusa alimentar o temperamento do pequeno e a situação psicológica na qual se encontra fazem muita diferença, mas também é importante lembrar que existem alguns fatores fisiológicos como a falta de habilidade motora para mastigar e engolir e que é necessário sempre procurar ajuda profissional o quanto antes, para que o pequeno não perca nenhuma das fases tão rica desse desenvolvimento.