As trocas na fala são um dos motivos mais comuns de preocupação entre os pais quando seus filhos começam a se expressar verbalmente. As crianças, especialmente na primeira infância, estão em um processo contínuo de aprendizado e desenvolvimento da fala. 

Nesse período, é natural que algumas palavras sejam pronunciadas de forma incorreta ou que sons sejam trocados por outros. No entanto, quando essas trocas de sons persistem além da idade esperada para a correção, pode ser sinal de que uma intervenção fonoaudiológica é necessária.

É muito importante reconhecer que, em alguns casos, essas trocas são parte do desenvolvimento normal da criança. O problema surge quando a criança chega a uma idade em que já deveria estar pronunciando corretamente certos sons, mas continua a apresentá-las. 

Isso pode impactar não só a comunicação com os outros, mas também o seu processo de alfabetização e interação social. Aqui, entra a importância da avaliação e intervenção fonoaudiológica, que pode ajudar a corrigir essas dificuldades de maneira eficaz e cuidadosa.

O que são trocas na fala?

As trocas na fala ocorrem quando a criança substitui um som por outro ao falar. Um exemplo muito comum é a troca do som do “R” pelo “L”, como quando a criança diz “pato” em vez de “prato”. 

Essas trocas podem variar de simples trocas de sons até erros mais complexos de articulação, e fazem parte do processo natural de aquisição da fala. No entanto, essas trocas devem diminuir à medida que a criança cresce e adquire mais habilidades fonológicas.

Esse tipo de troca é mais comum em crianças que estão em processo de aprendizado da fala. Os sons da língua portuguesa têm diferentes graus de complexidade, e algumas crianças demoram mais para dominar sons mais difíceis. Por exemplo, sons como “R” e “L” são aprendidos mais tardiamente. 

Até os 4 anos e meio, a criança já deve ser capaz de pronunciar todos os sons da fala corretamente. Caso contrário, é recomendado buscar a avaliação de um fonoaudiólogo.

Trocar sons na fala pode causar dificuldades na comunicação, tanto para a criança, que pode se frustrar ao não ser entendida, quanto para as pessoas ao seu redor, que podem ter dificuldades em interpretar o que ela está dizendo. Por isso, é importante observar se essas trocas persistem após os primeiros anos de vida.

Por que as trocas na fala acontecem?

As trocas na fala podem ter diversas causas. Entre as mais comuns estão a dificuldade motora oral para realizar os movimentos necessários à produção correta dos sons. Além disso, questões auditivas podem influenciar a percepção dos sons, levando a criança a reproduzir sons de maneira incorreta.

Uma das causas mais frequentes de trocas na fala é a falta de coordenação dos músculos envolvidos na produção dos sons, especialmente na musculatura da boca e língua. Problemas como a língua presa, também podem dificultar a articulação correta dos sons. 

Se a língua não se move adequadamente, a criança pode não ser capaz de produzir certos sons corretamente, resultando em trocas na fala.

Outro fator importante a ser considerado é o ambiente em que a criança está inserida. A exposição contínua a modelos de fala corretos, seja pelos pais, cuidadores ou outros familiares, é fundamental para o aprendizado adequado da fala. 

Quando esses estímulos são limitados, pode haver um atraso ou dificuldade na aquisição correta dos sons, fazendo com que as trocas na fala se prolonguem além do esperado.

Quando procurar ajuda para as trocas na fala?

Saber quando buscar ajuda para as trocas na fala é essencial para garantir que o desenvolvimento linguístico da criança ocorra de forma saudável. Como mencionei antes, até os 4 anos e meio a criança deve ser capaz de articular todos os sons corretamente. Se, depois dessa idade, as trocas persistirem, é hora de procurar um fonoaudiólogo para uma avaliação completa.

Os pais também devem observar outros sinais que podem indicar a necessidade de intervenção precoce. Se a criança apresenta dificuldades em se fazer entender por pessoas que não convivem com ela diariamente, como outros familiares ou colegas da escola, isso pode ser um indicativo de que a fala precisa ser avaliada. 

Além disso, dificuldades de socialização, frustração ao tentar se comunicar ou relutância em falar em ambientes fora de casa também podem ser sinais de alerta.

É importante destacar que o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para avaliar o grau de desenvolvimento da fala e identificar se as trocas fazem parte do processo normal ou se são resultado de algum problema específico. 

A intervenção precoce é sempre o melhor caminho, pois evita que as trocas se consolidem e se tornem mais difíceis de corrigir no futuro.

Como é feito o tratamento das trocas na fala?

O tratamento das trocas na fala envolve uma abordagem personalizada para cada criança. A avaliação inicial do fonoaudiólogo identifica quais sons estão sendo trocados, as possíveis causas dessas trocas e o grau de dificuldade que a criança está enfrentando. 

A partir dessa avaliação, é traçado um plano de intervenção que pode incluir exercícios de motricidade orofacial, estímulos auditivos e práticas de articulação dos sons.

Os exercícios de motricidade orofacial ajudam a fortalecer os músculos da boca e a melhorar a coordenação entre os movimentos necessários para a produção dos sons corretos. 

Em muitos casos, as trocas na fala ocorrem porque a criança não consegue coordenar a musculatura da boca e língua da forma correta para articular o som desejado. Com a intervenção e orientação adequada, a criança vai, aos poucos, corrigindo essas trocas e adquirindo uma fala mais clara e precisa.

Além disso, é fundamental envolver a família no processo de tratamento. Os pais podem ajudar a reforçar os exercícios e a estimular a criança a falar de forma correta no dia a dia. A consistência no tratamento e o apoio da família são fatores que aceleram o processo de correção das trocas na fala.

A importância da intervenção precoce

A intervenção precoce é fundamental para corrigir as trocas na fala de forma eficaz. Quanto mais cedo o problema for identificado e tratado, menor o tempo de terapia. A fala está diretamente relacionada ao desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança, por isso é tão importante não postergar a busca por ajuda.

Quando a criança tem dificuldade de se comunicar, isso pode afetar sua autoestima e sua interação com outras crianças. Ela pode se sentir excluída ou frustrada por não conseguir expressar seus pensamentos e sentimentos de maneira clara. A intervenção precoce minimiza esses impactos, promovendo um melhor desenvolvimento integral.

É importante lembrar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, mas existem marcos esperados para a aquisição da fala que não devem ser ignorados. Se o seu filho está apresentando trocas na fala, a avaliação com um fonoaudiólogo pode ser a melhor forma de garantir que ele receba o suporte necessário para superar essa dificuldade.

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Observe a fala da criança

As trocas na fala são parte natural do processo de desenvolvimento, mas quando persistem além do tempo esperado, podem se tornar um obstáculo para a comunicação e o aprendizado da criança. A avaliação precoce de um fonoaudiólogo é essencial para identificar as causas dessas trocas e iniciar o tratamento adequado.

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